Hoje é 19 de agosto, data que marca o Dia Mundial da Fotografia, essa forma de arte criada no início do século XIX e que hoje está ao alcance de mais de 3,5 bilhões de pessoas, por meio dos smartphones. Portanto, qual dia seria melhor do que este para estrear um blog que tem o objetivo de falar sobre fotografia?
Por mais que as fotos estejam presentes em nosso dia a dia, se aprofundar nas técnicas e ousar ir além do modo automático se tornou minha maior paixão ao longo do último ano. Por mais que eu sempre tenha flertado com a fotografia, nunca havia me dedicado com tanto afinco à prática.
Antes de mais nada, para deixar claro: eu não trabalho profissionalmente como fotógrafo. Minha profissão há quase 20 anos vem do mercado corporativo. Sou jornalista e publicitário de formação, estudos que sempre me aproximaram de áreas como o design e o relato de histórias.
Enquanto cursava jornalismo, entre 2000 e 2003, testemunhei o início de uma grande revolução na fotografia: a chegada da fotografia digital. Na faculdade, tínhamos aulas práticas e contávamos com um laboratório muito bem-equipado. Mas vivi a dualidade entre o imediatismo de fotografar e poder ver o resultado por meio de um pequeno monitor, e a ansiedade de revelar um filme na câmara escura para só então ver o resultado.
É bom destacar que mesmo o equipamento virtual que tínhamos à disposição naquela época, era absurdamente limitado em comparação com o que temos hoje em dia. A máquina era uma Sony Mavica que utilizava disquetes (quem aí sabe do que estou falando?!?) para armazenar as fotos.
Cada disquete comportava até 20 fotos – não muito diferente do que o filme tradicional, que tinha opções que variavam entre 12, 24 e 36 fotos. Porém, uma diferença essencial para a Mavica era a possibilidade de apagar a foto e liberar espaço, algo impossível de ser feito em rolo de filme. O cartão SD, utilizado até hoje nas câmeras, só surgiu em 2003 e ampliou a capacidade de armazenamento dos equipamentos digitais, contribuindo para sua popularização.
Mesmo com essa opção disponível na universidade, eu me sentia desafiado pelo uso de uma câmera analógica, que me permitia controlar a abertura do diafragma e o tempo de exposição. Por sinal, ainda possuo essa câmera que, hoje, é uma peça de decoração e uma memória afetiva na minha casa.
Com essa câmera, utilizando um rolo de filme P&B (preto e branco), tive minha primeira experiência com a astrofotografia – não muito exitosa, como você pode ver na imagem digitalizada.
Esta foi uma tentativa de registrar o nascer da Lua Cheia alinhada com a igreja da Paróquia São Benedito, em Salto/SP. Essa era a vista que eu tinha da sacada do apartamento onde vivia com meus pais.
Sem contar com nenhum dos recursos de planejamento de fotos que existem hoje em dia, como o Photopills, eu peguei a câmera e o tripé e subi ao décimo andar, no terraço do prédio, para registrar aquela cena linda que tanto me encantava.
Vamos ser honestos, se eu não tivesse explicado, provavelmente você não teria descoberto que aquele clarão em meio às nuvens se trata da Lua Cheia. E essa era uma diferença essencial em relação a o que era fazer fotografia naqueles tempos em comparação a hoje em dia.
Se pudesse, eu revisaria a foto pelo monitor, corrigiria o foco e a exposição. Mesmo assim, essa foto tem um valor histórico para mim tão importante quanto a primeira fotografia feita por Nicéphore Niépce, em 1826.
Calma! Não estou supervalorizando o meu #epicfail...
Mas foi justamente o fato de ter uma foto pouco nítida, como aquela feita a partir da vista da janela da casa de Niépce em Le Gras, que levou à busca pelo aperfeiçoamento. Se Niépce, Daguerre e Talbot não tivessem ousado tentar algo novo e superar a insatisfação com os primeiros resultados de seus experimentos, provavelmente a história de bilhões de pessoas com a fotografia ao longo de quase dois séculos, teria sido bem diferente.
Assim como a minha história com a fotografia poderia ser diferente se não tivesse me arriscado em terreno até então desconhecido para mim. Se fotos como aquela me trouxeram até aqui, fico empolgado só de pensar até onde posso chegar!
Muito bacana seu depoimento Fábio e parabéns pelo projeto... Realmente, sair do modo automático abre um mundo de possibilidades!
Fábio, muito bacana. Tenho certeza que essa vitrine do seu trabalho aihda vai inspirar muita gente. Sou muito fã do seu trabalho e sei que a sua busca pela excelência vai te levar longe, seja como hobby, seja como profissional !